Trabalhar na perspectiva construtivista, é sem dúvida um grande desafio para os professores que tiveram sua escolaridade extremamente tradicional. O que vemos ainda nos dias de hoje são cursos de graduação que trabalham com as tradicionais "gavetas", tão comentadas e criticadas na àrea da educação. Há muito discurso, teorias maravilhosas, mas a prática não funciona bem assim. Como um professor que "aprendeu" ao longo de sua vida o conhecimento já formalizado pela sociedade e fez curso de formação voltado para um sistema de ensino de transmissão de informações conseguirá "ensinar" de forma diferente, aberta, democrática?!
É desafiador, é novo... e o novo assusta! Surgem dúvidas, inseguranças... o sistema não direciona por esse caminho, existe as grades curriculares, as disciplinas, os horários, os paradigmas, os pais, a direção, os colegas... exige conhecimento maior do todo, não podendo continuar no comodismo de uma única disciplina... Enfim, são tantos questionamentos que desfavorecem a mudança!
No entanto, os alunos estão demonstrando claramente um pedido de mudança, através da indisciplina e da apatia que afeta a maioria de nossos jovens. Um exemplo claro de que o sistema não está atingindo os objetivos propostos é o número crescente de alunos que se evadem do ensino regular para mais tarde freqüentar o Ensino de Jovens e Adultos. O EJA era um programa com um certo tempo de atuação, para sanar uma certa defasagem de série/idade, e o que se vê é o oposto, cada vez mais o ensino regular fornece alunos para essa modalidade de ensino. Vemos jovens sem objetivos, sem uma direção e pensamos que estamos preparando-os para a vida!
Não há dúvidas que a educação no Brasil terá que passar por um processo de mudança, e essa sementinha do construtivismo poderá germinar e crescer na cabeça e no coração de nossos educadores. Pelo menos conseguimos ver uma luz no fim do túnel!
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